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Ministério da Saúde adquire oxigênio por mais 48 horas para manter bebês internados em Manaus

Estados disponibilizaram leitos para receber recém-nascidos e grávidas que possam ficar sem oxigênio na capital.

Por G1 15/01/2021 20h08
Ministério da Saúde adquire oxigênio por mais 48 horas para manter bebês internados em Manaus
Maternidade Ana Braga em Manaus - Foto: G1/AM

O Ministério da Saúde informou, nesta sexta (15), que adquiriu cilindros de oxigênio que devem durar 48h para manter 61 bebês prematuros em leitos de UTIs em Manaus. Estados já haviam sinalizado oferta de leitos para receber bebês e grávidas que possam ficar sem oxigênio na capital.

Manaus enfrenta colapso no sistema de saúde pela falta de oxigênio nos hospitais. O caos piorou com o aumento de recorde de internações por Covid-19 no estado.

Sem oxigênio, o governo começou, nesta quinta (14), a transferência de 235 pacientes com Covid do Amazonas para outros estados. O maior pronto-socorro do estado, HPS 28 de Agosto, passou a recusar pacientes por conta de superlotação.

De acordo com o Ministério da Saúde, a medida atende a uma solicitação do Governo do Amazonas para recém-nascidos que estavam no limite de oxigênio. A pasta informou, ainda, que busca mais balas de oxigênio para que os prematuros não precisem ser transferidos para outros estados.

"A pasta já articulou com estados e municípios a disponibilidade inicial de 56 leitos de UTI que poderão receber os recém-nascidos, caso seja necessário: 25 em Curitiba (PR), 11 em Vitória (ES), 9 em Imperatriz (MA), 4 em Salvador (BA), 3 Feira de Santana (BA), 1 em Ariquemes (RO) e 3 no município de Macapá (AM)", informou, em nota.

O Governo Federal informou que irá prestar apoio em todo o processo logístico de remoção. Nesta quinta, a Justiça determinou que a União também realiza, imediatamente, a transferência de pacientes que podem morrer pela falta de oxigênio.

Hospitais lotados e sem oxigênio

O caos que instalou na Saúde de Manaus começou com o aumento de internações por Covid, que lotou os hospitais. Com a demanda, o oxigênio nas unidades foi insuficiente e as empresas fornecedoras no estado não conseguiram atender a necessidade, que ficou seis vezes maior.

Nesta sexta, o Hospital Delphina Aziz, referência para tratamento de casos de Covid, anunciou superlotação. Por conta disso, o Exército começou a montar uma enfermaria de campanha na frente da unidade, que deve disponibilizar 60 leitos.

O maior pronto-socorro do Estado, HPS 28 de Agosto, também começou a recusar novos pacientes, nesta sexta, por conta de superlotação. Ambulâncias com doentes que chegavam na unidade tiveram que voltar para buscar vaga em outros hospitais.