Babado

Microsoft demite mais de 200 mil funcionários em divisões de games

A medida faz parte de uma ampla reestruturação organizacional da empresa para se adaptar a um mercado global mais competitivo e dinâmico

Por 7segundos com Portal Nerd 02/07/2025 18h06
Microsoft demite mais de 200 mil funcionários em divisões de games
Chefe da divisão Microsoft Gaming, Phil Spencer - Foto: Reprodução/Portal Nerd

A Microsoft confirmou nesta quarta-feira (2) uma nova e significativa rodada de demissões, atingindo menos de 4% de seu quadro global de cerca de 228 mil funcionários. Segundo reportagens da Bloomberg e da Variety, a medida faz parte de uma ampla reestruturação organizacional da empresa para se adaptar a um mercado global mais competitivo e dinâmico.

As demissões impactam diversas divisões da empresa, incluindo a Microsoft Gaming, responsável pelo Xbox, e estúdios como a sueca King, criadora do fenômeno mobile Candy Crush, e a holding ZeniMax, que abriga nomes como Bethesda (The Elder Scrolls, Starfield) e id Software (DOOM).

Impacto nos estúdios de games


A Bloomberg revelou que a King cortou aproximadamente 10% de sua equipe, o que representa cerca de 200 funcionários. Os escritórios da ZeniMax na Europa também foram afetados, embora os detalhes sobre a quantidade de cortes ainda não tenham sido divulgados. Nos Estados Unidos, os desligamentos seguem em processo de notificação ao longo desta quarta-feira.

Apesar do forte impacto na divisão de jogos, fontes ouvidas pela Variety afirmam que os estúdios da Microsoft Gaming não foram os mais afetados dentro do total de demissões. A medida, no entanto, reforça o momento de reorganização interna vivido pela empresa desde a aquisição da Activision Blizzard, em 2023, que já havia desencadeado cortes anteriores.

Declarações oficiais e justificativas estratégicas


Em nota enviada à imprensa, um porta-voz da Microsoft declarou que a empresa está “implementando mudanças organizacionais e de força de trabalho necessárias para posicionar a companhia e suas equipes para o sucesso em um mercado dinâmico”.

Phil Spencer, chefe da divisão Microsoft Gaming

Já o chefe da divisão Microsoft Gaming, Phil Spencer, enviou um memorando interno aos funcionários, reiterando que os cortes são parte de uma estratégia maior para garantir o sucesso a longo prazo. “Para posicionar o setor de games para um sucesso duradouro e permitir o foco em áreas estratégicas de crescimento, vamos encerrar ou reduzir o trabalho em algumas áreas do negócio”, afirmou.

Spencer também explicou que a decisão segue a política corporativa de remover camadas de gerenciamento para aumentar agilidade e eficácia. E complementou:

“Reconheço que essas mudanças vêm em um momento em que temos mais jogadores, mais jogos e mais horas jogadas do que nunca. Nossa plataforma, hardware e linha de lançamentos nunca pareceram tão fortes. Mas devemos fazer escolhas agora para garantir o sucesso futuro.”

O executivo enfatizou que as demissões não refletem falta de talento ou dedicação dos profissionais afetados:

“Simplesmente, não estaríamos onde estamos hoje sem o tempo, energia e criatividade das pessoas cujos cargos foram eliminados.”

Suporte aos funcionários afetados

A Microsoft garantiu que os funcionários afetados receberão pacotes de benefícios compatíveis com as leis locais, incluindo:

Indenizações,

Cobertura temporária de plano de saúde,

Recursos para recolocação no mercado de trabalho.

Além disso, os colaboradores poderão se candidatar a vagas internas na divisão de games, com a promessa de que suas candidaturas terão análise prioritária.

Contexto e histórico recente


Esta é a quarta rodada de demissões na área de jogos da Microsoft nos últimos 18 meses. A primeira ocorreu em janeiro de 2024, com cerca de 1.900 demissões após a conclusão da aquisição da Activision Blizzard. Outras reduções aconteceram em setembro de 2024 e no início de 2025.

Além dos cortes atuais, a empresa já havia demitido cerca de 6 mil funcionários em maio de 2025, incluindo profissionais em escritórios no Brasil.

A reestruturação também coincide com o movimento da empresa em apostar fortemente em inteligência artificial (IA) como elemento central em suas operações futuras, o que pode estar redesenhando prioridades internas em termos de alocação de equipes e investimentos.