Excesso de peso compromete fertilidade e pode colocar em risco a saúde da mulher
Cerca de 22% da população adulta no Brasil está obesa; índice é maior que a média global
O Dia Mundial de Combate e Prevenção à Obesidade, que acontece nesta sexta-feira (4), tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância do cuidado com o excesso de peso e o seu acompanhamento por profissionais capacitados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 22% da população adulta brasileira está obesa. O índice é maior que a média global, que está em 13%. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico (CNPq) prevê que 26% dos brasileiros estejam obesos até 2030.
Além de aumentar o risco de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto, o aumento das taxas de obesidade tem um impacto profundo na saúde da mulher. O alerta é da ginecologista do Sistema Hapvida Maceió, Dra. Cláudia Pinto.
Por que a perda de peso é uma luta difícil para as mulheres
A obesidade é o excesso de gordura corporal. “Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corpórea (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2. As causas são diversas, mas, geralmente, se relacionam a dois principais fatores: o consumo de alimentos muito calóricos, ricos em gordura e açúcar, e a redução da prática de atividades físicas”, explica a médica.
Metabolismo, hormônios sexuais, saúde mental, comportamento. São muitas as razões que tornam a perda de peso uma luta difícil para as mulheres.
“Em primeiro lugar, há uma desvantagem quando se trata de fisiologia, pois os homens têm mais massa muscular que as mulheres. Além disso, os ciclos menstruais afetam diretamente a nossa alimentação. Também não podemos nos esquecer da menopausa, que leva à uma distribuição de gordura diferente, pois o organismo feminino não produz mais estrogênio”, explica a especialista.
Infertilidade e câncer ginecológico
Mulheres obesas têm três vezes mais chances de sofrer de infertilidade do que aquelas com IMC normal, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
A médica do Sistema Hapvida Maceió comenta: “Mulheres obesas apresentam maior irregularidade menstrual e menor chance de concepção natural. Outras consequências à saúde incluem perda gestacional precoce e maior risco obstétrico”.
O excesso de peso também pode desencadear um quadro chamado de “anovulação crônica” – termo utilizado para definir a ausência de ovulação que pode provocar, além da infertilidade, aumento da quantidade de pelos e/ou espinhas no corpo e saída de secreção leitosa pela mama, por exemplo.
Um outro ponto de atenção é a relação entre a obesidade e cânceres ginecológicos, especialmente o câncer de mama, endométrio e ovário.
“Diante de tantas evidências do impacto da obesidade na saúde da mulher, fica claro a importância de combatê-la. Por isso, é essencial procurar ajuda médica para avaliar as causas e iniciar um tratamento adequado para a doença. A melhor forma de atuar é através da mudança de hábitos, adotando uma dieta equilibrada e praticando atividades físicas”, conclui.