Historiador fala sobre a importância do Quilombo dos Palmares
Seminário promovido pela Fundação Palmares celebrou Dia da Consciência Negra

O Quilombo dos Palmares, berço de resistência e símbolo da luta negra no Brasil, deve ser reconhecido como um momento fundador dos movimentos de resistência negros, de acordo com o renomado historiador Zezito Araújo. Com uma carreira de 29 anos na Universidade Federal de Alagoas e participação ativa na criação da Fundação Cultural Palmares em 1988, Araújo ressalta a importância de compreender Palmares não apenas como um capítulo do passado, mas como uma lição contínua que ecoa nos dias de hoje.
"Coloca-se Palmares apenas no passado, mas as lições de Palmares estão presentes", destaca o pesquisador, que desempenhou um papel crucial no reconhecimento da Serra da Barriga, local da sede do quilombo, como um espaço memorial. Ele observa que, embora as organizações negras do século 20 sejam frequentemente destacadas como marcos, a resistência começou muito antes, em 1597, com Aqualtune, a princesa congolesa que organizou a resistência após fugir da escravidão.
Ao participar de um seminário promovido pela Fundação Palmares como parte das celebrações do Dia da Consciência Negra, Araújo enfatiza a necessidade de ir além das batalhas por liberdade ao entender Palmares como uma experiência de construção social. Ele critica a visão simplista que opõe escravizados a colonizadores, argumentando que Palmares deve ser entendido como uma lição e uma experiência de sociedade.
Destacando a resistência do Quilombo dos Palmares, que perdurou por cem anos antes de ser destruído por uma expedição militar liderada por bandeirantes, Araújo ressalta a notável capacidade tecnológica da comunidade. Ele cita registros dos colonizadores da época que testemunham a produção de bigornas, vinhos e manteiga pelos aquilombados, elementos que evidenciam o alto nível de organização.
"A ideia de liberdade esteve aqui, em Alagoas, com Zumbi dos Palmares e com os outros e outras que foram assassinados aqui. Esse é o grande patrimônio nosso, essa que é a nossa grandeza", declara Araújo, sublinhando a importância de disputar conceitos como liberdade, que muitas vezes são associados à Revolução Francesa, mas que, segundo o historiador, têm raízes profundas na história do Quilombo dos Palmares.
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