Polícia

Carlos Bolsonaro é alvo da PF em investigação sobre 'Abin paralela'

A busca e apreensão foi autorizada na casa de Carlos e na Câmara Municipal do Rio

Por UOL 29/01/2024 08h08
Carlos Bolsonaro é alvo da PF em investigação sobre 'Abin paralela'
Carlos Bolsonaro - Foto: Reprodução

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) é alvo da Polícia Federal na manhã de hoje.

O que aconteceu

A PF cumpre mandados de busca e apreensão contra pessoas que receberam informações da "Abin paralela". Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para monitorar adversários políticos.

Um dos alvos é Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. A busca e apreensão foi autorizada na casa de Carlos e na Câmara Municipal do Rio.

Assessores de Carlos também são alvos da operação de hoje.

Na semana passada, a PF fez buscas contra Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Segundo a PF, ele usou sua posição para "incentivar e encobrir" o uso de um programa espião.

Carlos Bolsonaro chegou a ser anunciado como o gestor de comunicações de Alexandre Ramagem para a candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro. O filho 02 de Bolsonaro também atuou na campanha do pai em 2022.

Ontem, Bolsonaro diz que não espionou adversários. Durante uma live ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, o ex-presidente afirmou que as informações não chegavam até ele e defendeu Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin.

"Abin Paralela"

A Polícia Federal deflagrou operação para investigar se aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na Abin usaram, de forma indevida, outras ferramentas de espionagem, além do software First Mile, que permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Segundo a PF, o então diretor da agência, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para "incentivar e encobrir" o uso de um programa espião.

Os investigadores ainda suspeitam que Ramagem utilizou da estrutura da agência para tentar fazer provas e relatórios em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e espionar adversários políticos do ex-mandatário, como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.

É citado ainda que a Abin teria sido instrumentalizada para monitoramento da promotora de Justiça responsável pelo caso da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018. Em decisão que autorizou buscas contra Ramagem, o ministro Alexandre de Moraes classificou a postura do ex-diretor da Abin como de "natureza gravíssima".

O First Mile é um programa adquirido pela Abin que permite ao usuário rastrear dados de geolocalização de qualquer pessoa a partir dos dados transferidos do celular do indivíduo para torres de comunicação da região. A ferramenta permite o rastreio de até 10 mil pessoas por ano.