‘Há uma orquestração para incendiar o Brasil’, diz Pacheco em reunião no Planalto
Reunião no Planalto nesta terça-feira discute a crise dos incêndios no país

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça-feira (17) que a quantidade de focos de incêndio e a gravidade da situação indicam uma possível ação de organizações criminosas. “Há sim uma orquestração mais ou menos organizada, que busca o objetivo de incendiar o Brasil. Portanto, todos os esforços imediatos do governo federal, com a colaboração do Poder Legislativo, devem ser no sentido da contenção do fogo e da apuração de responsabilidades, instaurando tantos inquéritos quanto forem necessários para identificar e punir os responsáveis”, enfatizou.
A declaração foi dada durante a reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso. Também participam do encontro ministros como Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Nísia Trindade (Saúde) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).
Pacheco afirmou que está aberto a discutir revisões na legislação para punir os responsáveis por queimadas criminosas, mas ressaltou que, no momento, o foco deve ser a prevenção tanto especial quanto geral em relação aos incêndios. “Em 48h ou 72h, podemos debater as leis de crimes ambientais e do Código Penal para identificar agravantes de pena. É uma coisa atear fogo em 1 hectare; outra é atear fogo que se alastra em um parque.”
Ele também argumentou que o problema não está na falta de leis, e sim na necessidade de aplicar as normas já existentes e alertou contra a criação de leis punitivas desproporcionais para evitar o “populismo legislativo”.
“Não se trata de uma fragilidade na formulação de leis ou penas. O que se identifica nesses incêndios é, além do crime de incêndio, a possível ação de uma organização criminosa, que já possui penas severas o suficiente. Precisamos evitar notícias de que alguém foi preso e liberado imediatamente, e instrumentos legais para evitar isso já existem.”
O presidente do Senado também defendeu o agronegócio e destacou que o Brasil tem “leis ambientais e penais robustas”. Ele mencionou o presidente Lula como um líder mundial em questões ambientais e destacou a importância de transmitir essa mensagem ao cenário internacional para proteger a imagem do agronegócio brasileiro. “Se não passarmos essa mensagem de forma clara, a comunidade internacional poderá nos ver como um país descomprometido com a causa ambiental, o que não é verdade”, disse. “Precisamos deixar claro que estamos lidando com uma marginalidade que será combatida com veemência”, finalizou.
O governo federal prepara uma MP (Medida Provisória) para liberar cerca de R$ 500 milhões em crédito extraordinário. Além disso, estão previstos R$ 550 milhões para financiar ações emergenciais de combate aos incêndios na Amazônia, Cerrado e Pantanal. A MP é analisada pela Casa Civil deve ser publicada entre terça (17) quarta-feira (18) no Diário Oficial da União.
STF permite abertura de crédito extraordinário
No domingo (15), o ministro do STF Flávio Dino já havia autorizado a liberação de créditos extraordinários para o combate aos incêndios. A autorização permite que o governo federal envie a MP ao Congresso com o valor a ser destinado ao combate dos incêndios, em um formato semelhante à medida que liberou R$ 12,2 bilhões para apoiar municípios do Rio Grande do Sul afetados pelas fortes chuvas no início do ano.
A reunião no Planalto também deve ter a participação do ministro da Casa Civil, Rui Costa; do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e do advogado-geral da União, Jorge Messias.
Brasil lidera ranking mundial de incêndios
Nesta segunda-feira (16), o Brasil registrou 2.329 focos de incêndio, liderando o ranking global com 21% de todos os focos de incêndio no mundo. A Amazônia foi a região mais afetada, concentrando 59% das áreas atingidas pelo fogo no país. Os dados são do sistema BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Entre os estados brasileiros, o Pará lidera o ranking de focos de incêndio, com 1012 registros, seguido pelo Mato Grosso, com 420, e Tocantins, com 279. O município com o maior número de queimadas é São Félix do Xingu, no Pará, localizado a 1.050 quilômetros de Belém, que registrou 359 focos de incêndio em um dia.
Veja também
Últimas notícias

Rafael Brito celebra anúncio de bolsas de mestrado em Stanford para estudantes alagoanos

Veículo furtado é achado abandonado em Matriz de Camaragibe

Após três dias preso, “Segurança do Amor” deixa a prisão no Sertão alagoano

Secretaria de Saúde de Palmeira dos Índios convoca pacientes diabéticos para recadastramento

Mutirão de Cirurgias realiza mais uma etapa nesta sexta (18) em Palmeira dos Índios

Arapiraca implanta projeto de irrigação inteligente na Ciclovia do Trabalhador
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
