MPF e Defensoria Pública pedem intervenção no Hospital Veredas, em Maceió
Instituições pedem intervenção para garantir a continuidade dos serviços

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizaram, nesta quinta-feira (24), uma ação civil pública contra a União, o Estado de Alagoas, o Município de Maceió e a Fundação Hospital da Agroindústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Hospital Veredas). A ação pede que o Município de Maceió decrete intervenção temporária no Hospital Veredas, com a participação do Ministério da Saúde e do Estado de Alagoas, para garantir o funcionamento contínuo e adequado da unidade, que atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Assinada pelos procuradores da República Roberta Bomfim, Bruno Lamenha e Julia Cadete, membros do núcleo de tutela do cidadão do MPF em Alagoas, além do defensor regional dos direitos humanos Diego Alves, a ação destaca que as dificuldades administrativas e financeiras do hospital nos últimos anos levaram a um momento de profunda crise no último dia 14.

Para os membros do MPF e da DPU, a situação mostrou-se insustentável quando o serviço de oncologia pediátrica colapsou, no dia 14, por falta de medicamentos e insumos e pelo pedido de demissão da equipe médica responsável pelo setor. Como resposta emergencial, o Município de Maceió transferiu os pacientes internados para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, que também passou a receber todos os que estão com tratamento em curso e receberá os eventuais novos casos até que ocorra a discussão no âmbito da atualização do Plano Estadual de Oncologia.
O Hospital Veredas, quando operando de forma adequada, possui capacidade para atender casos de média e alta complexidade. No entanto, devido à sua crise prolongada, vários serviços estão deixando de ser prestados e há, inclusive, repercussão em outros estabelecimentos do Estado. “A instituição [hospitalar] não vem conseguindo garantir a continuidade e a qualidade dos serviços de saúde que está obrigada a prestar, seja pela ausência de insumos e medicamentos essenciais, seja pela falta de profissionais”, afirmam os representantes do MPF e DPU na ação.



Na ação, as instituições de Justiça sustentam que o funcionamento adequado do Hospital Veredas é essencial para garantir a assistência aos pacientes do SUS no estado, em razão da variedade de serviços contratualizados com o Município de Maceió e habilitados pelo Ministério da Saúde. Os três entes (União, Estado e Município de Maceió) participam do financiamento do estabelecimento hospitalar, envolvendo valores relevantes. A ação busca assegurar que medidas urgentes sejam adotadas para evitar uma desassistência ainda mais grave à população.
Inspeção
Na última segunda-feira, 21, o MPF realizou uma inspeção no Hospital Veredas e constatou que as alas pediátrica, de maternidade e oncologia estavam totalmente desocupadas e fechadas, sem a presença de pacientes e funcionários.



Durante a vistoria, verificou-se que a área do hospital destinada aos pacientes do SUS estava praticamente esvaziada, sem circulação de pacientes. Até mesmo entre os pacientes atendidos por planos de saúde, o número era reduzido. Além disso, foi identificado um grave desabastecimento de medicamentos e insumos essenciais para o funcionamento do hospital, o que impede o restabelecimento dos atendimentos.

Intervenção
A ação pede que o Município de Maceió decrete a intervenção no Hospital Veredas por um período mínimo de 180 dias, podendo ser prorrogado. A gestão provisória seria conduzida por uma junta interventora composta por representantes da União, do Estado de Alagoas e do Município de Maceió, com profissionais especializados e sem vínculos com a atual gestão do hospital. Entre outras, a proposta inclui que a junta elabore um plano de ações com o objetivo de reestruturar o hospital e assegurar a continuidade dos serviços.
O MPF e a DPU também pedem que a junta interventora forneça relatórios mensais sobre as ações de gestão e que seja realizada uma auditoria contábil por uma entidade independente, além de uma atuação conjunta com a Controladoria Geral da União (CGU) e o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) para acompanhar a aplicação dos recursos públicos recebidos pela unidade.
Audiência de conciliação – Embora tenham solicitado liminar para intervenção imediata, MPF e DPU pediram que o juiz agende uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas. Os autores reconhecem que os fatos apresentados ao Judiciário são complexos. Portanto, eles defendem que, antes de decidir sobre a liminar, é importante que o juiz designe audiência para ouvir as partes envolvidas (União, Estado, Município de Maceió e Hospital Veredas), a fim de que possam expor suas considerações. A ideia é que essa audiência ajude a esclarecer o juiz, garantindo que ele tenha uma visão mais completa antes de tomar uma decisão.
Veja também
Últimas notícias

Caio Bebeto repudia maus-tratos a cavalo no Benedito Bentes e cobra punição aos responsáveis

Cabo Bebeto critica veto de Paulo Dantas a projeto que beneficia pessoas com deficiência em Alagoas

Caio Bebeto alerta sobre exploração de crianças em situação de rua e pede união de forças

Projeto de Alfredo Gaspar torna crimes contra agentes de segurança hediondos

Hospital Metropolitano salva moradora de União dos Palmares com tumor no rim

PF faz operação contra importação clandestina de remédio emagrecedor
Vídeos e noticias mais lidas

Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto

Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
![[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'](https://img.7segundos.com.br/1g5AYADh6QrLqZAU9kw_eQUL73A=/300x340/smart/s3.7segundos.com.br/uploads/imagens/4e3912fa-46af-4732-80fb-1b15525d39e8.jpg)
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'

Colégio Santa Cecília esclarece denúncia sobre telhado caindo na unidade em Arapiraca
