OAB Alagoas registra mais de 190 denúncias envolvendo falsos advogados golpistas
Casos chegaram ao conhecimento da Comissão de Fiscalização e Combate às Práticas Irregulares na Advocacia; alguns golpes fazem uso de inteligência artificial
A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), por meio da Comissão de Fiscalização e Combate às Práticas Irregulares na Advocacia, vem registrando um aumento significativo de denúncias envolvendo casos de falsos advogados no estado. Ao longo de 2024, foram mais de 190 denúncias registradas pela comissão.
Entre os casos que se destacam, estão situações de golpistas se passando por advogados, inclusive, simulando a voz dos profissionais, e o envio de supostas petições e folhas de custas para as vítimas.
Entre as mais recentes denúncias recebidas, estão duas nas quais os advogados relataram que os golpistas estariam criando perfis no WhatsApp, utilizando as fotos dos escritórios e dos profissionais e até simulando ligações com a voz dos advogados, possivelmente com o uso de inteligência artificial, para aplicar golpes em clientes.
Um desses profissionais foi o advogado trabalhista Cícero Bezerra, que recebeu vários relatos de clientes que vivenciaram situações semelhantes, em que golpistas se passavam por ele. Ele chegou a registrar três boletins de ocorrência, mas, de acordo com ele, os golpes continuaram a acontecer.
“Desde junho de 2024, venho enfrentando, junto aos meus clientes, uma nova modalidade de golpe que tem causado grandes prejuízos. Os golpistas utilizam minha foto, a logomarca do escritório e informações detalhadas dos processos cíveis e trabalhistas para enganar as vítimas. Esses criminosos acessam os processos públicos, baixam os documentos e entram em contato diretamente com os clientes. Em um caso recente, ocorrido em dezembro de 2024, um cliente perdeu dois mil reais durante o recesso. Desta vez, os golpistas chegaram ao ponto de enviar mensagens de voz usando uma simulação da minha voz, provavelmente criada a partir de vídeos que publiquei no Instagram. Este fato reforça que estão utilizando tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, para enganar as vítimas de maneira ainda mais convincente”, explicou ele.
Ao longo do último ano, casos envolvendo o envio de petições advindas do portal do Judiciário para clientes via WhatsApp, com uma folha de custas constando, inclusive, o timbre do Judiciário, também foram registrados. As vítimas estariam recebendo o documento e sendo informadas sobre valores a receber. Para terem acesso aos recursos, elas estariam sendo induzidas a enviar dados bancários e valores referente às custas processuais. Foi o que aconteceu com um dos clientes da advogada alagoana Sibelle Bastos.
“Há duas semanas, fui surpreendida por clientes que relataram que estavam recebendo mensagens pelo aplicativo de Whatsapp de pessoas que alegavam que faziam parte da equipe do meu escritório. Estavam utilizando minha imagem, dizendo que os clientes tinham direito a receber valores e que, para tanto, precisavam dos dados da conta para realização do cadastro. Não é a primeira vez que isso ocorre, ano passado também entraram em contato com clientes e terceiros que não presto serviço. Já fiz boletim de ocorrência, mas não adianta. Quando ocorre, perco o dia com ligações e mensagens querendo saber se partiu daqui do escritório. É lamentável ter que passar por isso”, citou ela.
Para evitar que esse tipo de situação continue acontecendo, Priscila Barros, presidente da Comissão de Fiscalização e Combate às Práticas Irregulares na Advocacia, recomenda algumas orientações, como a verificação de que o advogado ou advogada, de fato, possuem inscrição no Cadastro Nacional dos Advogados, disponível no site https://cna.oab.org.br/, além de outros cuidados.
“Sugerimos que o cidadão fique atento. Advogado não passa de porta em porta ou liga para oferecer serviço jurídico. Antes de contratar um advogado, se certifique junto à OAB se, de fato, ele possui inscrição e, ao mínimo sinal de dúvida, não contrate, pesquise e veja se, de fato, aquela pessoa que se apresenta como advogado realmente é um profissional da área”, frisou ela.
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