Quilombolas de Alagoas têm menor alfabetização e acesso a saneamento, diz IBGE
IBGE divulgou, pela primeira vez, perfil detalhado da população quilombola

O Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (9), novos indicadores sobre a população quilombola em Alagoas. Os dados fazem parte dos resultados do Censo Demográfico 2022 que, pela primeira vez, mapeou os quilombolas. Saneamento básico, domicílios, alfabetização, registro de nascimentos e população quilombola por sexo e idade são temas dessa divulgação.
Há mais de 1,3 milhão de quilombolas (1.330.186 pessoas) no Brasil. Em Alagoas, essa população abrange 37.724 pessoas, mas apenas 691 vivem em territórios quilombolas. O estado tem quatro territórios quilombolas oficialmente delimitados: Abobreiras (Teotônio Vilela), Cajá dos Negros (Batalha), Tabacaria (Palmeira dos Índios) e Mocambo (Pão de Açúcar, com maior parte do território em Sergipe).
A maior parte (68,43%) dos quilombolas alagoanos reside em áreas rurais (25.816 pessoas). Os quilombolas representam 1,6% da população do estado, que é o 6º lugar nacional em proporção de quilombolas em relação à população geral.
Em 2022, cerca de 99,3% dos quilombolas até 5 anos de idade tinham registro de nascimento.
Estado tem menor taxa de alfabetização de quilombolas no país
Alagoas tem a menor taxa de quilombolas alfabetizados entre as unidades da federação. Apenas 70,2% dessa população, com 15 anos ou mais, é alfabetizada. A maior taxa de alfabetização está na população quilombola feminina, que alcança 73,8% de alfabetização.
Nas áreas rurais, onde vive a maioria dos quilombolas, a taxa de alfabetização cai para cerca de 67%. Já nas áreas urbanas, o índice de alfabetizados é de 77%.
A média de quilombolas alfabetizados no estado é 12 pontos percentuais menor do que a taxa de alfabetização da população alagoana em geral (82,3% de alfabetizados), que também ocupa o último lugar no país.
No Distrito Federal, líder em alfabetização de quilombolas no país, a taxa de alfabetizados chega a 98,7%, com percentual de até 99,2% para as mulheres. A média brasileira é de 81% dos quilombolas alfabetizados (86,7% nas áreas urbanas e 77,2% nas áreas rurais).
Roraima e Acre não registraram população quilombola.
Quilombolas enfrentam mais desafios relacionados à infraestrutura
Alagoas tem 12.886 domicílios particulares permanentes ocupados por pelo menos um morador quilombola. Destes, cerca de 84,4% não tem saneamento básico adequado. Nessas residências (10.879 domicílios), a destinação do esgoto é feita por fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar, ou não há qualquer tipo de esgotamento porque não existe banheiro ou sanitário.
Na população geral, o saneamento básico inadequado faz parte da realidade de 50,3% dos domicílios alagoanos e atinge 527.198 moradias.
O lixo tem destinação correta em 87,2% dos domicílios alagoanos. Contudo, nos domicílios quilombolas, esse percentual reduz para 64,8% das moradias, onde o lixo é coletado em casa ou depositado em caçamba de serviço de limpeza.
População quilombola é mais jovem do que a população geral e mulheres são maioria
A idade mediana – idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população – dos quilombolas alagoanos é de 29 anos. Na população geral, a mediana é de 32 anos.
Nesse mesmo sentido, o índice de envelhecimento da população quilombola é de 46,04. Isso significa dizer que há 46 idosos (60 anos ou mais) a cada 100 pessoas até 14 anos de idade em Alagoas, o que indica o predomínio de uma população quilombola jovem. O mesmo ocorre na média brasileira, que registra aproximadamente 55 quilombolas idosos a cada 100 quilombolas crianças.
Nas médias gerais, o índice de envelhecimento para os alagoanos é de cerca de 57 idosos a cada 100 jovens até 14 anos. No Brasil, a taxa é de 80 idosos a cada 100 crianças.
Mulheres são maioria entre os quilombolas alagoanos, com razão de sexo de aproximadamente 97 homens a cada 100 mulheres. Contudo, a proporção de população masculina em relação à população feminina, entre os quilombolas, é maior do que a média geral.
Na população alagoana, a razão de sexo é de quase 92 homens a cada 100 mulheres.
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