Política

Bolsonaro reage à alta do IOF e articula para barrar medida de Lula

Ex-presidente afirmou que está em tratativas com o PL para barrar anúncio de aumento no IOF; Governo Lula recuou da medida após pressão

Por Metrópoles 23/05/2025 11h11 - Atualizado em 23/05/2025 11h11
Bolsonaro reage à alta do IOF e articula para barrar medida de Lula
Bolsonaro afirmou que a proposta do governo desestimula investimentos e encarece o acesso ao crédito - Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o país “não suporta mais a elevação constante da alta carga tributária” e disse que o Partido Liberal está avaliando a possibilidade de barrar o aumento proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O governo Lula anunciou, nessa quinta-feira (22), um decreto que altera o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tributo que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro. A ideia provocou repercussão negativa no mercado financeiro, com o Ibovespa apresentando retração e o dólar registrar alta de R$ 0,32%.

Bolsonaro afirmou que a proposta do governo, recuada após ouvir ponderações de agentes do mercado e decidir pela revogação de parte das mudanças, desestimula investimentos e encarece o acesso ao crédito. “Infelizmente, o atual governo, em sua ânsia por elevar a arrecadação, reverteu essa política e anunciou um aumento generalizado nas alíquotas do IOF câmbio”, escreveu o ex-presidente nas redes sociais.

“Já estou em conversas com lideranças do Partido Liberal para avaliarmos a possibilidade de barrar mais esse aumento de impostos promovido pelo governo Lula. O país não suporta mais a elevação constante da alta carga tributária”, afirmou Bolsonaro.

Em 2022, visando se adequar aos padrões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a equipe econômica do governo Bolsonaro anunciou, por decreto, um plano de redução gradual da alíquota de IOF sobre câmbio até o fim da década, da seguinte forma:

6,38% até 2022;

5,38% em 2023;

4,38% em 2024;

3,38% em 2025;

2,38% em 2026;

1,38% em 2027;

0 em 2028.

Recuo

Em entrevista na manhã desta sexta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antes da abertura do mercado financeiro, em São Paulo, disse que se trata de uma mudança pontual, que não tem grande impacto sobre os anúncios feitos no dia anterior.