Justiça

Serial killer diz que Arcanjo Miguel é autor intelectual do crime e defesa pede condenação de figura bíblica

Segundo o acusado, ele teria sido possuído pelo anjo e disse que o seu corpo foi apenas um instrumento para a prática do feminicídio

Por Wanessa Santos 06/06/2025 12h12 - Atualizado em 06/06/2025 14h02
Serial killer diz que Arcanjo Miguel é autor intelectual do crime e defesa pede condenação de figura bíblica
Albino Santos de Lima apontou que teria sido o arcanjo o autor intelectual do crime - Foto: Assessoria

Em depoimento, durante o segundo julgamento pelos seus assassinatos, Albino Santos Lima, o serial killer alagoano, manteve a versão fantasiosa de que teria agido a mando do Arcanjo Miguel. Segundo o acusado, ele teria sido possuído pelo anjo e disse que o seu corpo foi apenas um instrumento para a prática do feminicídio. Ele apontou que teria sido o arcanjo o autor intelectual do crime.

A defesa do assassino em série sustenta a tese de que Albino possui questões psiquiátricas, e que ele seria inimputável, ou seja, incapaz de entender a gravidade de seus atos. Diante disso, o advogado de defesa do serial killer pediu a condenação, de 'forma filosófica', do Arcanjo Miguel, quem, segundo o acusado, teria ordenado que ele praticasse o homicídio contra a jovem trans, Louise Gbyson Vieira de Melo, morta a tiros no dia 11 de dezembro de 2023.

Geoberto Bernardo de Lima, advogado de defesa de Albino Santos de Lima / Foto: Assessoria MPAL


A sustentação da defesa provocou indignação dos promotores, que pediram a palavra para rebater o pedido de condenação a uma figura bíblica. O promotor Vilas Boas retificou à defesa que o tribunal do júri não é lugar de praticar filosofia.

O Promotor de Justiça, Antônio Vilas Boas / Foto: Assessoria MPAL


O argumento do advogado de defesa de Albino foi prontamente derrubado pela promotoria, que apresentou aos jurados, mostrando a cada um deles, o laudo pericial que comprovou que o réu não era inimputável e, portanto, tinha plena consciência dos seus autos. O Ministério Público de Alagoas (MPAL) argumentou que o denunciado é um psicopata e não tem valores morais.

O MP sustenta o pedido de condenação do acusado, pelo crime de feminicídio, acompanhado de duas qualificadoras: motivo torpe, consistente com o sentimento de justiçamento que se apoderou do acusado, e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.