Precisamos de boa vontade para garantir compensação da desoneração, diz Pacheco
Pacheco ressaltou a importância de um esforço conjunto entre os poderes Legislativo e Executivo
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a Casa precisa de criatividade e boa vontade para garantir a compensação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. A declaração aconteceu nesta quinta-feira (13) durante coletiva de imprensa.
“A desoneração é uma realidade. Ajustamos um bom acordo para mantê-la em 2024, com uma reoneração gradativa a partir de 2025. Precisamos usar toda nossa competência, criatividade e boa vontade para garantir essa compensação e atender ao que o Supremo Tribunal Federal considerou necessário”, disse Pacheco.
Na última terça-feira (11) o presidente do Senado anunciou a decisão de devolver trecho da medida provisória que propunha alterações nas regras do Pis/Cofins. No mesmo dia, Pacheco ainda afirmou que o setor produtivo deve compreender essa situação como algo natural que acontece no meio político.
Pacheco ressaltou a importância de um esforço conjunto entre os poderes Legislativo e Executivo para enfrentar os desafios fiscais do país. “Quero conversar com o Poder Executivo, contando com a colaboração de todos. Este não é um problema exclusivo do presidente Lula, é um problema do Brasil. Nós, do Legislativo, precisamos colaborar com a redução de gastos e a busca por fontes de renda sustentáveis”, afirmou.
O presidente do Senado afirmou que, assim que o presidente retornar da missão oficial, eles se encontrarão para discutir os últimos assuntos. “Estou disponível para encontrá-lo no final de semana, se necessário”, declarou.
O que diz a MP
Para compensar a desoneração da folha de pagamento, o governo editou uma medida provisória com o objetivo de promover arrecadação de R$ 29,2 bilhões por meio de créditos do PIS/Confins. Para a compensação, a Fazenda adota como premissa a não-cumulatividade do PIS/Confins em uma sistemática nomeada “base sobre base”.
O governo estabelece uma alíquota nominal de 9,25% em relação a aos tributos. Com isso, a projeção da Fazenda é que a alíquota real fique abaixo de 1%. O acúmulo de créditos também leva em conta a soma dos chamados créditos presumidos, além de isenções e imunidade nas exportações.
O governo argumenta que a equação não promove “criação ou majoração de tributos” e nem prejudica “os contribuintes menores ou o setor produtivo”, tratando-se de uma correção de “distorções do sistema tributário brasileiro”.
Reação do Congresso
A devolução da MP implica na sua perda imediata de validade. Pacheco destacou a ausência da noventena na MP, que estipula um prazo antes que as alterações entrem em vigor. Como presidente do Congresso, ele tem a prerrogativa de avaliar a constitucionalidade das medidas provisórias e, se necessário, devolvê-las. O governo esperava arrecadar cerca de R$ 29 bilhões com essa medida neste ano.
Na última segunda-feira (10), Pacheco expressou sua desaprovação à medida provisória em uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No encontro, o presidente do Senado demonstrou a insatisfação do Congresso com a insistência do governo em tratar o assunto da desoneração da folha por meio de medida provisória — instrumento com força de lei que passa a valer a partir da publicação, com necessidade de aprovação pelo Legislativo em até 120 dias.
Pacheco também externou ao presidente o descontentamento com o desrespeito à noventena, o princípio da anterioridade que veta a cobrança de impostos antes de 90 dias da publicação da lei que criou ou aumentou a taxa. O senador teria afirmado a Lula, ainda, que há insatisfação do setor produtivo com a mudança repentina e com o possível vício de constitucionalidade. O texto limita os benefícios que empresas têm com descontos no pagamento dos dois impostos.
Pacheco reforçou ao petista o esforço do Legislativo para buscar uma medida alternativa à desoneração da folha, com debate e construção conjunta da iniciativa.
Veja também
Últimas notícias
Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 7
Servidor que barrou vereadores na Sesau é suspeito no desvio de R$ 100 milhões do SUS
Irmãos são assassinados durante a madrugada na Levada, em Maceió
Princípio de incêndio destrói cômodo de residência no bairro Santa Amélia, em Maceió
MPT garante tutela que obriga Hospital Regional do Norte interromper perseguições contra funcionários
Feira livre do bairro Brasília tem data alterada por causa dos feriados de fim de ano
Vídeos e noticias mais lidas
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
Prefeito de Major Izidoro é acusado de entrar em fazenda e matar gado de primo do governador
Promotorias querem revogação da nomeação de cunhada do prefeito de União
Policial Militar é preso após invadir motel e executar enfermeiro em Arapiraca
