Em Mata Grande, no Sertão de Alagoas, 2 + 2 não é de hoje que deixou de ser 4. Pelo menos, politicamente falando.

Desta vez o imbróglio envolve professores e demais trabalhadores da educação municipal com a prefeita Maria Fabiana Farias de Alencar (MDB), a 'Fal Farias', eleita em 2024 através do irrestrito apoio de seu antecessor e, principal cabo eleitoral, o ex-prefeito 'Erivaldo Mandú'.

Sem dialogar, 'Fal Farias', anunciou um reajuste parcelado para os profissionais da educação da rede municipal, no valor de 3,5% que deverá ser pago em junho e mais 3,5% em outubro, dois meses antes do fim do ano.

Seria um presente excelente para a categoria se não fosse um detalhe: as perdas salariais dos trabalhadores da educação acumula uma defasagem de 36% em relação ao Piso Salarial Nacional do Magistério. Então, para os trabalhadores, o valor do reajuste é um engodo.

Em nota, a direção do Sindicato dos Servidores Públicos de Mata Grande repudiou o valor de reajuste proposto pela prefeita, que alega que o percentual está muito abaixo do necessário para recompor as perdas salariais da categoria.

A nota cita que a prefeita demonstra descompromisso com a valorização profissional e ignora a defasagem acumulada desde seu maior cabo eleitoral e antecessor 'Erivaldo Mandú'.

"Repudiamos o recente anúncio feito pela prefeita 'Fal Farias' de um mísero reajuste de 7%, fracionado em duas parcelas, sendo que a primeira só será paga agora e a segunda somente em outubro", destacou a nota. A entidade lembra ainda que, embora a data-base local para reajustes seja junho — conforme lei municipal —, o reajuste nacional de 6,27% definido pelo Governo Federal passou a valer em janeiro. “Na prática, já perdemos cinco meses de reajuste, e agora recebemos uma proposta que sequer cobre a inflação do ano, prevista em 5,51%”, diz parte da nota do Sindicato.

A diretoria do sindicato esclareceu no expediente que respeita o que foi aprovado em Lei quanto à data-base, mas não aceita que o percentual seja menor que o reajuste nacional e inferior ao índice inflacionário.
Todavia, um outro detalhe no anuncio da prefeita chama ainda mais a atenção. 'Fal Farias' tem divulgado à sociedade matagrandense que os servidores da educação terão um aumento de 12%, somando o percentual de 7% ao quinquênio, omitindo que o calculo já é um direito automático do servidor a cada cinco anos, e não pode ser relacionado a nenhum reajuste salarial.

Ignorando a revolta dos servidores, a prefeita tem mantido sua palavra que a proposta de reajuste com valores divididos será encaminhado à Câmara Municipal a fim da aprovação dos vereadores.