Uma prefeita com o 'tempo contado'.

Assim é chamada a prefeita Maria Fabiana Farias de Alencar (MDB), a 'Fal Farias', eleita em 2024, com uma diferença de 1.137 votos para o segundo colocado e, sob o 'fantasma' dos 4.216 eleitores, que se abstiveram do acirrado pleito.

'Fal Farias', ex-secretária do município, que após a posse convive em litígio com seus eleitores, teria aceito uma suposta proposta do ex-prefeito Erivaldo de Melo Lima, o 'Erivaldo Mandú' - seu maior cabo eleitoral no ano passado - para 'tomar conta da cadeira' de prefeito apenas - e só - por quatro anos.

A proposta impõe que 'Fal Farias' será substituída em 2028 pelo 'eterno' secretário de governo de Mata Grande, 'Matheus Mandu', filho do ex-prefeito, que está fora de Alagoas, se recuperando de uma cirurgia.

Administrativamente, a prefeita tem se 'esforçado' para que sua passagem a frente da Executivo não deixe saudades. Desde que assumiu, 'Fal Farias'  suspendeu o pagamento, no valor de R$ 150 Reais, para cerca de três mil famílias carentes incluídas no programa 'Mata Grande Mais Feliz'. O valor era depositado nas contas das famílias, que tinham um cartão, onde poderiam fazer suas compras no comércio local. Mais recente, a gestora anunciou um reajuste para os servidores da educação, no valor de 7%, rateado em duas vezes, o que revoltou os trabalhadores, diante das perdas salariais dos servidores da educação que acumulam uma defasagem de 36% em relação ao Piso Salarial Nacional do Magistério.

Mas quem é o candidato antecipado, que deverá substituir a prefeita?

'Matheus Mandu' é secretário da prefeitura desde que o pai assumiu e mesmo com seu paupérrimo salário de secretário, se tornou um dos homens mais ricos do Sertão.

Negociador de gado de raças milionária, 'Matheus Mandu' e o irmão, Aquiles Mandu, foram os destaques em um leilão recente, em Maceió, evento que gerou para ele mais de meio milhão de reais e que contou com a presença da prefeita 'Fal Farias'. Antes, somente Mateus, gastou cerca de R$ 80 mil na compra de um único boi.

Mais a fortuna que o jovem adquiriu, sem nunca ter trabalhado - apenas com o pouco salário de secretário de uma dos municípios mais pobres de Alagoas - já é motivo de desconfianças por parte da Polícia Federal e de integrantes do Ministério Público, que em 2017 prendeu o ex-prefeito Mandu, acusado de pagar para quatro vereadores de Mata Grande, dinheiro em troca da aprovação dos projetos de interesse do município.

'Matheus Mandu', conforme algumas denúncias - sob sigilo - chegadas a PF, só tem pago a maioria das compras em dinheiro vivo e sua movimentação bancária seria incompatível com a origem de seu patrimônio.

Outras denúncias indicam que os irmãos, Matheus e Aquiles, mantém altas transações através de bancos digitais, o que dificulta o rastreamento da origem do dinheiro.