Política

Secretários de Guedes pedem demissão após furo no teto, queda da bolsa e alta do dólar

Bolsonaro vem tomando decisões eleitoreiras para conseguir melhorar sua aprovação, de olho nas eleições 2022, prejudicando a economia

Por É Assim 21/10/2021 20h08
Secretários de Guedes pedem demissão após furo no teto, queda da bolsa e alta do dólar
Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Presidente da República, Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária especial-adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo pediram demissão nesta quinta-feira (21).

O Ministério da Economia e Paulo Guedes perdem estes quatro por “razões pessoais”, que, segundo a pasta, disseram agradecer pela “oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país”.

Suas demissões, no entanto, acontecem durante um turbilhão de crise econômica após o governo Jair Bolsonaro confirmar uma manobra para driblar o teto de gastos e viabilizar um auxílio social de R$ 400 até o final de 2022, ano em que Bolsonaro tentará a reeleição.

Com a confirmação do drible no teto, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tombou 2,75% e fechou a 107.735 pontos, menor patamar em quase um ano. O dólar comercial subiu 1,92%, a R$ 5,668, maior valor em seis meses.

Como se não fosse o bastante, Bolsonaro anunciou pouco depois, também sem a chancela do ministério, que o governo fará um programa de ajuda financeira para 750 mil caminhoneiros, para amenizar a alta no preço do diesel diesel.

O presidente não explicou de onde virá o dinheiro, mas vem tomando decisões eleitoreiras para conseguir melhorar sua aprovação, de olho nas eleições 2022. Para isso, tenta impedir uma greve de caminhoneiros, marcada para 1º de novembro, e substituir o Bolsa Família, programa bandeira do seu rival, o ex-presidente Lula.