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Exército nega comunicado do governo federal suspendendo Operação Pipa em Alagoas

Segundo gestores, algumas vezes os recursos do programa chegam "em cima da hora"

05/10/2021 18h06
Exército nega comunicado do governo federal suspendendo Operação Pipa em Alagoas

O Exército, por meio do Comando Militar do Nordeste, negou ter recebido qualquer comunicado do Ministério do Desenvolvimento Regional informando sobre suposta paralisação da Operação Pipa em Alagoas, como foi anunciado pelo presidente da Associação dos Municípios (AMA), Hugo Wanderley, na semana passada.

A Comunicação Social do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado, após contato do 7Segundos, informou que dispõe de recursos para manter a operação até o dia 20 de outubro:

"A Operação Carro-Pipa não recebeu qualquer comunicação sobre paralisação em Alagoas, porém os recursos que foram destinados até o presente momento, permitem a entrega de água no estado de Alagoas, até o dia 20 OUT 21", informou.

Gestores de municípios sertanejos foram comunicados a respeito da limitação de recursos, mas afirmaram que a situação não é tão desesperadora quanto a divulgada pelo presidente da AMA, que chamou atenção de outras autoridades políticas do Estado.

"O Exército cumpre o papel dele, que é o de informar os municípios que os recursos do programa estão acabando. Não é a primeira vez que isso acontece a já aconteceu de os recursos chegarem apenas em cima da hora para o programa não ser interrompido", declarou uma das pessoas ouvidas pela reportagem.

Na semana passada, o presidente da AMA,Hugo Wanderley, divulgou um repúdio à suposta suspensão do programa federal. “O que já era precário vai ficar insustentável, porque as famílias vão ficar sem o básico para sobrevivência. Essa é mais uma omissão do Governo Federal com os municípios, porque estamos em um momento que a seca se prolonga ainda mais. A população está sofrendo para ter acesso a água. Estamos em uma condição difícil para sobrevivência, com a grande inflação, com o aumento do gás e da cesta básica", afirmou, fazendo "apelo" para que a operação não seja interrompida.

Apesar de a declaração ter repercutido na imprensa, nos municípios diretamente atingidos pela suposta paralisação, o clima não é tão preocupante. "Não existe esse desespero todo. Já passamos por esse tipo de situação antes e ela foi resolvida pelo governo federal antes de o programa parar. Mas mesmo que parasse, não deixaria a população desamparada. Qualquer prefeito que coloque seu povo em primeiro lugar, faria um esforço para manter os carros-pipa levando água potável para a população enquanto a operação não fosse retomada", afirmou um gestor, que pediu para não ter o nome revelado.

A Operação Pipa atende atualmente um total de 145.688 pessoas em Alagoas, que residem em 37 municípios que estão em situação de emergência declarada por conta da seca. Para atender essa demanda, 190 pipeiros são contratados para transportar uma média de 61 milhões de metros cúbicos de água por mês.  

De acordo com a comunicação social do Exército em Alagoas, há tempo hábil para o envio de recursos sem que a operação seja suspensa no Estado.

"Os recursos para a operação são solicitados mensalmente até o final da primeira quinzena do mês anterior, de acordo com as necessidades planejadas para atender os municípios, que foram incluídos na Operação, por solicitação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR)", informou.

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