Alagoas

Em carta aberta transportadores complementares relatam crise e pedem retorno as atividades

Segundo o Sindicato dos Transportadores Complementares, dos 1.300 permissionários, 600 enfrentam restrições

Por 7segundos 03/06/2020 16h04
Em carta aberta transportadores complementares relatam crise e pedem retorno as atividades
Transportadores querem apoio do governo neste momento de crise - Foto: Ewerton Silva/7segundos

O Sindicato dos Transportadores Complementares de Passageiros de Alagoas (SINTRAMCOMP) lançou, nesta quarta-feira (3), uma carta aberta à população, onde afirma que recebeu com muita preocupação a notícia da ampliação do prazo de suspensão do transporte intermunicipal, conforme decreto do Governo do Estado. “Pelo que se observa nos decretos publicados, dentre as medidas, remanesce, a tentativa de manutenção dos serviços tidos como essenciais à população. Contudo, o Governo do Estado não considerou, em nenhum dos seus decretos, a manutenção mínima do transporte intermunicipal e metropolitano”, cita um trecho da Nota.

Lembrando que são 1.300 permissionários, gerando mais de cinco mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos, o Sindicato ressalta que o transporte é considerado um serviço essencial previsto na Constituição Federal. “Com isso, a população que necessita ir ao trabalho (enfermeiros, médicos, trabalhadores de supermercados, de postos de combustíveis, de indústrias, que não residem nas cidades sedes dos empregos), fica à mercê do transporte clandestino, caro, sem conforto ou segurança e com preços que chegam a 5,6,7 vezes mais caros.”

Cita ainda a situação das pessoas que precisam de atendimento médico e que, segundo a categoria, estão colocando suas vidas em risco no transporte clandestino. “Esse transporte sim, é um dos responsáveis pela disseminação do Covid 19, pois é conduzido por pessoas desqualificadas e sem preparo nenhum para realização do serviço”, ressalta.  

A Carta Aberta, assinada pelo presidente do Sindicato, Maercio Ferreira de Amorim, ressalta ainda que os permissionários pagam outorgas caras ao Estado, porém, não estão sendo assistidos. Cita as solicitações já apresentadas, como isenção de taxas e linha de crédito, lamentando que a categoria não tenha direito, sequer, os R$ 600 do Governo Federal. Sobre a linha de crédito da Desenvolve, não houve evolução em razão das exigências e o fato de boa parte estarem com restrições.” Nem os débitos com a Arsal estão sendo relevados neste momento tão difícil,  pois dos 1.300 permissionários aproximadamente 600 estão com problemas cadastrais”.

Alerta da Coopervan

Essa situação já vinha sendo comentada também pelo presidente da Coopervan, Marcondes Prudente, que informou ter encaminhado ofícios a ARSAL solicitando o retorno das atividades em pelo menos 50%. “A situação da categoria é cada vez mais difícil. Claro que as cestas básicas ajudam, mas o que queremos mesmo é o retorno ao trabalho, obedecendo às normas de segurança, por conta da pandemia”, alertou.

Prudente ainda lamentou o fato de a Cooperativa não ter sido ouvida na sua solicitação de uma linha de crédito no valor de R$ 21 mil, com juros acessíveis e prazo de pagamento. “Temo que uma boa parcela dos transportes não consiga voltar, quando o sistema voltar a operar”, comentou o presidente da Coopervan, numa referência aos problemas financeiros.