Violência

Disputa entre facções motivou sequestro de ex-mulher de líder do Comando Vermelho

Vítima foi espancada para revelar fornecedores de arma e drogas do ex-companheiro

Por 7Segundos 18/06/2021 12h12 - Atualizado em 18/06/2021 12h12
Disputa entre facções motivou sequestro de ex-mulher de líder do Comando Vermelho
Mulher sequestrada e mantida em cativeiro em Arapiraca era companheira de líder do Comando Vermelho - Foto: 3º BPM

Nesta sexta-feira (18) foram revelados novos detalhes sobre o sequestro de uma mulher de 23 anos que ficou mantida em cárcere privado por quatro dias. Ela foi libertada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Militar no bairro Cacimbas II, em Arapiraca. 

A vítima afirmou que foi sequestrada por supostos integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) que tentou obrigá-la a revelar quem eram os fornecedores de drogas e armas do "Júnior Grampão" - que faria parte do Comando Vermelho e atualmente está cumprindo pena no Presídio do Agreste.


Um dos cativeiros que ela a vítima permaneceu durante três dia

A vítima disse que teve um relacionamento com Júnior Grampão, mas já está separada há três meses.

Durante o sequestro, ela passou por quatro cativeiros diferentes, dentre eles, uma mata no bairro Vale do Perucaba, onde foi espancada, ameaçada de morte e permaneceu amarrada por dois dias. Durante esse período não comeu nem bebeu água.

Após sair da mata, ela e os sequestradores foram caminhando a pé até uma casa no bairro Cacimbas II onde ela foi libertada pela polícia.

Duas pessoas, um homem de 21 anos e uma mulher de 31 anos, foram presos no momento em que a vítima foi libertada do cárcere. Eles foram autuados em flagrante por sequestro e cárcere privado. No entanto, de acordo com a Polícia Militar, a vítima relatou que o sequestro contou com a participação de outras pessoas.

Resgate

Em entrevista, a tenente PM Priscila afirmou que o caso chegou ao conhecimento do 3º Batalhão por meio de denúncia anônima, que apontou o endereço onde a jovem estava sendo mantida em cativeiro, em uma vila no bairro Cacimbas.

A operação de resgate foi executada por quatro guarnições e com o apoio do Grupamento Aéreo e, no momento em que o cativeiro foi invadido, os policiais militares não tiveram dúvidas de que se tratava de uma situação de cárcere privado. "Ela estava com várias escoriações pelo corpo, bastante machucada e com braço deslocado. Ela vinha sofrendo maus-tratos há quatro dias", relatou.

O casal que foi preso em flagrante não resistiu, mas teriam negado estar participando de um sequestro, segundo a policial militar.