Uso excessivo de ivermectina pode provocar surto de sarna humana, dizem pesquisadores de Alagoas
Pesquisa pode ajudar nas investigações das causas de mais de 400 casos de lesões na pele notificados em Pernambuco. Em Alagoas, não há registros
Uma pesquisa científica divulgada nesta sexta-feira (26) relaciona a sarna humana ao uso indiscriminado de ivermectina. O estudo foi feito pelo Núcleo de Estudos em Farmacoterapia (NEF), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). De acordo com os pesquisadores, os resultados deverão ajudar a investigar um surto da doença em Pernambuco.
Ao menos 413 casos foram registrados em Pernambuco até a última quarta-feira (24). As lesões ocorridas na pele provocam coceira. A onda de infecção ainda não tem causa definida e as autoridades de Saúde do estado seguem investigando.
Os pacientes se queixam de uma coceira forte, intensificada no período da noite, e que evolui para feridas, mesmo com o uso de antialérgicos.
A hipótese central da pesquisa é que o ácaro causador da sarna, o Sarcoptes, possa ter se desenvolvido resistência à ivermectina. De acordo com os pesquisadores, esse é um quadro preocupante, visto que a doença poderia atingir qualquer população.
IVERMECTINA
Entre as evidências apontadas no estudo, está a de que até a metade do mês de julho, o Brasil teve um aumento de mais de 800% do uso de ivermectina em relação ao ano anterior. Esse medicamento acabou sendo associado, de modo que não se confirmou, ao tratamento da Covid-19 no País.
Com a pandemia, o consumo do medicamento, que é um antiparasitário, aumentou quase 10 vezes no Brasil. Mesmo com pareceres do Ministério da Saúde e da indústria farmacêutica, somados a evidências científicas, a prescrição e automedicação baseada neste medicamento continuaram a acontecer.
“O uso irracional de medicamentos é um problema de saúde pública, porém, no caso de antibióticos, antiparasitários e antifúngicos, esse problema ganha proporções maiores. Quando utilizamos de forma irracional/incorreta medicamentos, como a ivermectina, corremos o risco de induzir a resistência do parasita ao medicamento que deveria tratar a doença causada por ele”, ressalta a pesquisadora Sabrina Neves, que fez parte da equipe de estudo.
CONTÁGIO
Os animais não interferem na propagação da escabiose, e a sarna humana se dá somente entre humanos, por contato direto com pessoa ou roupas e outros objetos contaminados.
SINTOMAS
Após a exposição à doença, pode levar até seis semanas para que os sintomas apareçam. O desenvolvimento costuma ser mais rápido em pessoas que já tiveram escabiose antes.
A sarna tende a parecer com espinhas, com aparência de pequenas picadas e inchaços na pele. O principal sintoma da escabiose é a coceira ou prurido, sentido principalmente à noite.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Ainda conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o diagnóstico é geralmente clínico, a partir das lesões. O médico pode prescrever pomadas, cremes e loções para aplicar diretamente na pele, ou medicamentos orais.
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