Família de adolescente morto pela polícia luta há um ano por justiça e punição aos envolvidos
Uma passeata será realizada por parentes e amigos da vítima nesta sexta-feira pelas ruas do bairro Teotônio Vilela
A morte de Danilo Fernando da Silva, de 17 anos, completa um ano nesta sexta-feira (25) e sua família segue lutando para provar a inocência do jovem, que foi acusado de atirar contra uma guarnição policial.
O adolescente morreu no Sítio Barreiras, localizado na zona rural de Arapiraca, próximo a casa de uma tia, durante um suposto confronto com policiais militares ligados ao 3º BPM.
Na ocasião, a guarnição policial envolvida na ocorrência relatou que Danilo teria desobedecido a uma ordem de parada e, na fuga, atirado contra os militares, que teriam revidado contra o rapaz.
As informações são refutadas pela família, que clama para que justiça seja feita.
"Meu filho era um rapaz cheio de alegria, estudava e trabalhava, não andava com más influências e foi vítima de uma crueldade muito grande. Além de matarem ele, ainda sujaram seu nome, dizendo que ele era criminoso", disse a mãe da vítima, Gilvanete Ferreira de Lima.
Segundo ela, no dia do crime, seu filho estava conduzindo uma motocicleta Pop 100 que ele mesmo comprou com seu salário de menor aprendiz.
"Ele tinha me deixado em casa por volta das 15h e, em seguida, foi para a casa da tia dele no Sítio Barreiras, onde tudo aconteceu", continuou a mãe, reforçando que aquele foi o pior dia de sua vida.
Como ele tinha acabado de completar 17 anos e não tinha habilitação, seu pai, Cícero Fernandes da Silva, acredita que ele tentou desviar da polícia para não ter o veículo apreendido.
De acordo com o advogado contratado pela família, João Lucas Pereira, a versão que os policiais apresentaram na época do fato continha muitas inconsistências e não batia com as provas colhidas no local onde o crime aconteceu.
Dentre essas inconsistências está o fato de que os policiais informaram que Danillo estava acompanhado de um comparsa na garupa, que teria conseguido fugir. Mas a informação é inverídica e foi provada graças a câmeras de videomonitoramento de residências da região, que mostram o menor conduzindo a motocicleta sozinho.
"Além disso, a bala que atingiu Danilo entrou pelas suas costas e ficou alojada no peito direito, vindo a perfurar o rim. A trajetória do projétil aponta que a vítima estava de joelhos ou deitada na hora em que recebeu o tiro, o que difere dos relatos dos policiais, que na época disseram ter revidado contra Danilo após ele ter atirado contra a guarnição", explicou o advogado.
Ainda segundo o jurista, o local do crime foi adulterado. A moto utilizada por Danilo foi removida do local, a vítima foi socorrida pelos próprios policiais até o Hospital de Emergência do Agreste, onde morreu, e as cápsulas também foram retiradas da cena do crime. Também há fortes indícios de que a arma atribuída pela polícia à vítima tenha sido implantada.
"A guarnição responsável pela ação policial que resultou na morte de Danilo era composta por quatro militares. Dois deles confessaram que atiraram contra o filho dos meus clientes", concluiu João Lucas Pereira.
De acordo com informações colhidas pelo Portal 7Segundos, o Ministério Público Estadual (MPE/AL) deve oferecer denúncia contra os policiais envolvidos no caso na próxima semana.
ATO PÚBLICO POR JUSTIÇA
Neste sexta-feira (25), quando o caso completa um ano, familiares e amigos de Danilo vão às ruas cobrar respostas sobre o assassinato de Danilo e cobrar justiça.
O ponto de concentração para a passeata é o Bosque das Arapiracas, a partir das 11h. A manifestação percorrerá pontos como a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional Arapiraca, e o Fórum, ambos localizados no Bairro Santa Edwiges.
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