Cidadania

Alunos do Ifal Penedo homenageiam Roberta Dias em evento sobre violência de gênero

Roberta cursava o 2º ano de formação técnica em Meio Ambiente pelo Ifal de Penedo quando desapareceu em abril de 2012

Por 7Segundos com AquiAcontece 09/06/2025 16h04 - Atualizado em 09/06/2025 17h05
Alunos do Ifal Penedo homenageiam Roberta Dias em evento sobre violência de gênero
Roberta Dias era aluna do Ifal/Penedo e tinha 18 anos quando foi assassinada após desaparecimento - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Alunos do Campus do Ifal (Instituto Federal de Alagoas) da cidade de Penedo, ligados ao Nugedis (Núcleo de Diversidade, Gênero e Sexualidade), promoveram na manhã desta segunda-feira (09), um evento em memória da estudante Roberta Dias, jovem que em abril de 2012, teve sua vida brutalmente interrompida aos 18 anos de idade quando estava gestante. 

A ação teve como objetivo relembrar o caso e reforçar a importância do enfrentamento à violência de gênero e ao feminicídio.

Segundo o Aqui Acontece, a programação teve início com um ato simbólico na rua localizada ao lado do campus, que agora leva o nome da estudante. 

Em um momento de falas emocionadas, os participantes destacaram a importância de manter viva a memória de Roberta e de continuar lutando por uma sociedade mais justa e segura para as mulheres. 

A nova placa com o nome da jovem foi instalada pela Prefeitura de Penedo no último dia 28 de maio, após a aprovação de projeto de lei enviado à Câmara Municipal.

Placa com o nome de Roberta Dias foi colocada em 28 de maio pela Prefeitura de Penedo.  Foto: reprodução

Na sequência, já no auditório da instituição, houve a participação das promotoras de Justiça Ariadne Dantas e Mirya Ferro, coordenadoras dos Núcleos de Defesa da Mulher e de Combate à Criminalidade do Ministério Público de Alagoas (MPAL), que compartilharam reflexões sobre a violência de gênero e o papel das instituições no enfrentamento desse grave problema social.

A professora Gisele Lima, coordenadora do Nugedis, destacou o compromisso da instituição com a memória da ex-aluna e com a educação voltada à promoção da igualdade. 

“Roberta Dias foi nossa aluna e era uma jovem moça que foi vítima de toda essa misoginia e violência de gênero que ronda nossa sociedade. É nosso dever, como instituição de ensino, trabalharmos com nossos estudantes e comunidade sobre a importância de combatermos preconceitos que, nesse caso, se manifestam na violência contra a mulher”, afirmou.

A mãe da estudante, Mônica Reis, também esteve presente e deu um depoimento marcado pela dor, mas também pela esperança de que o nome de sua filha inspire novas transformações sociais.

Roberta cursava o 2º ano da formação técnica em Meio Ambiente quando desapareceu, após sair de casa para uma consulta médica. 

O caso

Grávida do namorado, a jovem foi sequestrada, levada para um local deserto e asfixiada. Sua ossada só foi encontrada nove anos depois em um terreno no Pontal do Peba, em Piaçabuçu, Litoral Sul de Alagoas.

O crime ganhou grande repercussão e teve seu desfecho judicial em abril deste ano, 13 anos após a morte da jovem.

Mary Jane Araújo Santos, sogra de Roberta à época, foi condenada a um ano e dez meses por ocultação de cadáver e corrupção de menores, com pena em regime aberto. 

Já o outro réu, Karlo Bruno Pereira Tavares, que confessou ser o executor do crime, foi sentenciado a 15 anos de reclusão, em regime fechado. 

O então namorado de Roberta, Saulo de Thasso Santos, também envolvido na ação, era menor de idade e por isso não foi denunciado, tendo sido representado na Vara da Infância e da Juventude.