Dentista de Arapiraca é investigada por usar silicone industrial e necrosar glúteos de pacientes
Três mulheres sofreram complicações após o procedimento; uma delas precisou passar por cirurgias após quadro grave de necrose

Uma dentista natural de Arapiraca, que terá o nome preservado, está sendo investigada por realizar de forma ilegal procedimentos de harmonização de glúteos utilizando silicone industrial. As aplicações, segundo testemunhas, eram feitas em domicílio, sem qualquer condição sanitária adequada, e com o uso de instrumentos caseiros.
O caso veio à tona depois que três pacientes apresentaram graves complicações decorrentes da aplicação. Uma delas deu entrada em estado crítico no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, e precisou ser submetida a cirurgias de emergência para a retirada da substância.
De acordo com informações médicas, a paciente sofreu ampla necrose e perdeu grande parte do músculo e tecidos do glúteo e da perna. Informações extraoficiais dão conta que ela deverá passar por novos procedimentos cirúrgicos, incluindo enxerto de pele, para tentar reparar os danos.
Conforme relatos de testemunhas, as aplicações eram realizadas com copos e recipientes plásticos para armazenamento do silicone e agulhas contraindicadas para esse tipo de procedimento. Nenhum dos materiais utilizados tinha registro ou certificação sanitária.

Fontes informaram, ainda, que tanto a Vigilância Sanitária de Arapiraca quanto o Conselho Regional de Odontologia de Alagoas (CRO/AL) já foram notificados e abriram procedimentos internos para apurar a denúncia. Equipes de fiscalização também teriam sido enviadas ao local onde a profissional atuava.
A reportagem do Portal 7Segundos tentou contato com as assessorias de comunicação dos dois órgãos, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
A Polícia Civil de Alagoas também foi acionada, já que a aplicação de silicone industrial em seres humanos é crime contra a saúde pública, conforme prevê o Código Penal Brasileiro, podendo ser enquadrada nos crimes de exercício ilegal da medicina, curandeirismo e lesão corporal. A investigação está sendo conduzida pela 4ª Delegacia Regional de Polícia, coordenada pelo delegado Matheus Enrique.
O que diz a Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso de silicone industrial em procedimentos estéticos. O produto, de consistência oleosa, é destinado exclusivamente a fins industriais, como limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de superfícies e vedação de vidros.
O uso indevido do silicone industrial no corpo humano pode causar deformações, infecções generalizadas, embolia pulmonar e até morte. Mesmo em casos sem sintomas imediatos, especialistas alertam que os riscos podem se manifestar anos após a aplicação.
Riscos e orientações
Profissionais de saúde orientam que quem tenha recebido a aplicação de silicone industrial procure atendimento médico especializado o quanto antes, mesmo que não apresente sinais de complicações.
A Anvisa reforça que apenas profissionais habilitados e locais com estrutura hospitalar podem realizar procedimentos cirúrgicos e estéticos envolvendo materiais de preenchimento. Além disso, todo produto utilizado em procedimentos médicos ou estéticos precisa ter registro na Anvisa, o que garante sua segurança, eficácia e qualidade.
Sem essa certificação, o produto é considerado irregular e ilegal no país.
Situação da paciente
Até o momento, a paciente em estado grave segue internada e em recuperação. As demais vítimas também passam por acompanhamento médico para avaliar possíveis sequelas.
As investigações continuam e podem resultar em indiciamento criminal e até mesmo cassação do registro profissional da dentista, caso as denúncias sejam confirmadas.
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