Polícia

Adolescente estuprada: família sente intimidação e deixa Porto de Pedras

Garota morreu no dia 22 de maio desse ano

Por Maurício Silva 28/07/2021 11h11 - Atualizado em 28/07/2021 13h01
Adolescente estuprada: família sente intimidação e deixa Porto de Pedras
Familiares de Andressa Júlia exigem justiça - Foto: Divulgação

Os familiares da garota Andressa Julia Ferreira Santos, que tinha 17 anos, e que foi estuprada em janeiro desse ano e morreu no dia 22 de maio, estão se sentindo intimidados e segundo a advogada, eles tomaram a decisão de deixar o município de Porto de Pedras. Os parentes também temem que o crime fique impune. Os acusados continuam soltos. O 7Segundos teve acesso a uma conversa da vítima com outra pessoa relatando o seu drama (ver na galeria de imagens).

O crime de estupro chocou todo o Litoral Norte de Alagoas e ganhou grande repercussão em todo o Estado. A família clama por justiça e exige que os responsáveis pela ação sejam responsabilizados e condenados. A Polícia Civil já pediu a prisão preventiva dos suspeitos, mas a justiça negou e eles continuam livres. A garota tinha 16 anos quando foi estuprada.

Segundo a advogada e presidente do Instituto Nacional de Combate à Violência Familiar, Rosaly Monteiro Damião, a família está temendo intimidações. “Segundo a mãe, a senhora Maria Neves e os irmãos, notaram carros suspeitos rondando na porta de casa em Porto de Pedras e segundo populares, tiveram algumas pessoas em carros estranhos perguntando onde ficava a casa da mãe da vítima Andressa na cidade e não eram jornalistas”, contou.

A advogada informou ainda que o temor era tão grande que os familiares resolveram arrumar as malas. “Então, a genitora e os irmãos se mudaram de lá. Não se sabe de onde vem essas possíveis perseguições, mas a família está sim temerosa”, afirmou.

A advogada da família da vítima relata provas como: algumas confissões de amigos que conversaram com a vítima e tiveram a confissão da mesma que fora violentada; testemunha do momento em que a vítima é deixada em casa e diz que a viu chorando bastante; calcinha da vítima do dia do ocorrido, encontrada escondida no fundo do guarda-roupas da vítima e suja de sangue na frente e atrás; e o relatório médico do dia em que a garota foi atendida, constatando no laudo “tentativa de suicídio”.

Rosaly Monteiro Damião contou que no início as investigações estavam avançadas. “As investigações deram início e avançaram bastante, quando o chefe Daniel Pinto integrava a equipe do 95° Distrito Policial de Porto de Pedras, tendo sido ele o responsável pela representação inicial da prisão preventiva dos suspeitos, pedido este negado pelo membro do Ministério Público e pelo magistrado local, com a fundamentação de que os suspeitos tinham residência fixa e estavam colaborando com as investigações”, informou.

A advogada disse que vai ainda se reunir com a Polícia Civil novamente. “Porém, no momento essa equipe do 95° DP passou por mudanças há alguns dias e é preciso ainda me reunir com eles para repassar algumas situações e saber se será possível concluir o inquérito policial com os suspeitos soltos. A família teme sim uma impunidade, por isso procurou o Instituto para que passássemos a atuar como assistente de acusação”, disse.

O crime

Segundo o relato da mãe da vítima, o comportamento da menina mudou em janeiro quando ela saiu de casa com uma amiga, que trabalhava na segurança do município de Porto de Pedras, e dois primos dela, que são de Recife e passavam férias na cidade turística. A genitora relatou que eles foram a uma festa, onde a adolescente foi drogada, levada para uma praia de Milagres e estuprada pelos jovens. A amiga filmou toda a ação.

O caso foi denunciado na Delegacia Regional de Matriz de Camaragibe no dia 26 de abril de 2021. O crime na cidade turística ocorreu em janeiro desse ano, mas os familiares só descobriram depois que a menina de 16 anos de idade tentou tirar a própria vida.